Grandes Olhos é um drama convencional até demais. Os personagens são apresentados de maneira cronológica, linear, com direito a uma narração afirmando exatamente o que a imagem já diz. O relacionamento entre Margaret e Walter evolui de maneira apressada: eles se conhecem, se gostam, se casam, ela ascendente é mostrada sem nuances, sem desvios. Não existem cenas tentando investigar a psicologia dela, nem dele. Esta é uma história de fatos, evoluindo com a sutileza de uma reportagem jornalística.
Amy Adams e Christoph Waltz são atores competentes, como têm comprovado diversas vezes nos últimos anos. Mas ambos são escolhas questionáveis para os papéis centrais: ela, que sempre fez personagens frágeis, foi levada a interpretar uma mulher ainda mais frágil; ele, habituado ao papel do vilão charmoso, faz um papel ainda mais malvado e mais charmoso. Adams e Waltz constroem esses personagens com facilidade, mas sem grande criatividade. Conforme o maniqueísmo se acentua, eles mais parecem caricaturas de suas próprias personas.
Uma cena permite transparecer o olhar criativo do autor: em um supermercado, perturbada pelos quadros e pela opressão do marido, Margaret começa a ver olhos gigantescos nas pessoas ao seu redor. Esta é uma fantasia simples, bela, um raro momento de lirismo neste filme de pouca imaginação. Burton ameaça incluir uma discussão relevante sobre o embate entre arte popular e arte erudita, questionando a relevância dos quadros de Margaret, mas o discurso sobre a “obra na arte na era de sua reprodutibilidade técnica” é rapidamente deixado de lado para retornar ao conflito familiar.
É um filme que faz você refletir sobre a arte e problemas como , vida a dois e seu marido é muito gentalhado e ele faz muitas coisas mas no fim ela consegue uma grande ajuda para dar a voltar por cima.
 


 




 
 
 

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